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Feliz ano velho

janeiro 7, 2009

O futuro chegou e, lamento informar, ele acabou de passar a mão na bunda da sua tataravó.

Pois é, fellow citizens. Para ser moderno, agora, é preciso ir fundo nos anais da história. Como vocês sabem, ou desconfiam, ou puta que o pariu, fecha isto aqui e vá ler algo mais útil, a missão do Google na Terra é catalogar toda a informação mundial e, de quebra, deixar tudo arrumadinho para nós, os mortais. Trocando em miúdos: o mundo como a gaveta de cuecas do vizinho neurótico, organizada por tamanho, cor, estampa, tecido, “manchas de freada”, “hoje eu vou me dar bem” e “para ser usada em datas festivas”. E daí que vamos maneirar no papo de dominação global, povo, que eu não tenho mais idade para acreditar em Papai Noel, Michael Moore ou Mino Carta. Tem coisa legal que pode sair desse saco, sim. Uma delas é o arquivo de fotos da LIFE, agora disponível na URL de Larry Page e Sergey Brin.    

Muitas imagens online vêm de páginas nunca dantes navegadas, já que a maior parte do material não chegou às vias de fato e de gráfica, ao ser descartada pelos editores da famosa revista norte-americana, fundada em 1883. E é coisa pra chuchu: são 10 milhões de itens no acervo, entre retratos e gravuras produzidos a partir de 1750. É como se, de todo esse everest fotográfico, apenas a graminha tivesse sido publicada. O resto foi ladeira abaixo rumo a arquivos empoeirados, que por anos resguardou negativos antigos, slides, gravações, placas de vidro e pinturas. Até chegar a hora de jogar a naftalina para o espaço – virtual, claro.

O Google informa que, por ora, cerca de 20% da coleção estão disponíveis. And counting. Vai lá e testa: quer saber o que a pequena Zelma Levison traquinava no quintal de sua casa, no nº. 314 da Livingston St., no Brooklyn, em 19 de julho de 1886? Disponha. O que Getúlio Vargas segurava, além de pepino, em 1940? Pegaqui. Orson Welles, fanfarrão, no carnaval do Rio de Janerio (sic) de 1942? Opa! Mas veja lá: de Barack Obama ainda não tem nada. Muito recente. E também não vale ficar, literalmente, muito excitadinho com a novidade. A única ocorrência que faz jus ao verbete “porn” é esta.     

ali2Muhammad Ali ante o Alvin “Alvo” Theatre, 1968 

beatles1 Os Beatles batem asinhas na piscina, 1964   

poorAlegria de pobre dura custa pouco, 1938

mascarasjamesJames Dean: modelo de uma geração, 1956 

ellaElla Fitzsgerald canta, canta, minha gente, 1946

peleO rei Pelé em close, 1966

Last but not least…

euA primeira ocorrência de “Virginia”, 1951